sábado, 25 de fevereiro de 2012

É PRECISO CORAGEM PARA SE SER FELIZ


Recebo um sms a perguntar:

- Porque a ignorância não deixa ver o encanto das pessoas?

Respondo:

-É preciso muita coragem para se ousar ser diferente e ir contra os preconceitos da sociedade e das suas próprias crenças. Há muita gente que se afirma forte mas quando é posta perante uma prova pessoal deixa-se levar pelo mundo em vez de levar avante o que diz seu coração. Aí não é a ignorância que está presente mas o medo de ser diferente e com isto ser criticado e rejeitado. Já passei por isso (…) Montes de preconceitos adiavam uma felicidade plena. Foi preciso cair, chorar e não ver sentido à vida para ter a coragem de assumir e dar uma oportunidade. É preciso coragem para ver a beleza do que não se quer ver e amar o que a mente não deseja (…).

Reflito, reflito e reflito. Volto a refletir. Questiono tudo. Questiono a minha vida, o estado dela. Porque é que penso assim? De que é que tenho medo? Porque é que tenho medo? O que se passou que me leva a ter esta percepção? Será que o que penso que os outros possam dizer, é mesmo o que vão dizer? Não me interesso realmente por comentários alheios? Como me sinto? O que é estar bem? Sou realmente eu nas decisões que tomo?

Há uns tempos atrás passei por uma crise existencial como há muito não tinha. Durante meses e meses repreendi algo tão simples como chorar, duvidar, colocar em causa. Foi preciso que condições externas me movessem para eu cair e perguntar-me onde estava. Mesmo não compreendendo o porquê de se estar a passar o que se passava, com o meu otimismo habitual dizia para mim mesma: “a vida não nos tira nada porque nada é nosso. A vida liberta-nos de coisas para voarmos mais alto”. Inquietudes apoderavam-se de mim por me estar a ser retirado algo que eu dava como certo. Hoje olho para trás e vejo que foi preciso libertar-me de tudo para a minha vida ganhar um novo rumo repleto de felicidade.

Hoje sei, porque já experimentei, que é preciso muita coragem para se ousar ser diferente. Quem ousar ser diferente, arrisca-se a ser feliz. Quantas pessoas vivem uma felicidade de fachada, ao ponto de se enganarem a elas mesmas? As crenças que eu tenho, porque as tenho? Será que eu me identifico com aquilo que me ensinaram? E se eles estiverem errados? Por muita boa vontade que os outros tenham em ajudar-nos, somos nós que temos que viver a nossa vida e passar pelo que temos que passar. Aos olhos dos outros podemos parecer fracos, imaturos, irresponsáveis porque não estamos de acordo com os modelos de “certeza” que eles têm do que é o melhor. No entanto, não há duas vidas iguais. O que é estar certo e o que é estar errado? O que para mim é certo, para outro é errado. Quem tem razão? Os dois. Cada um vê o mundo à sua maneira. Mesmo não concordando com a forma de vida dos outros, só me resta respeitar e, preferencialmente, aprender.

Há uns tempos atrás conheci um senhor que me disse: “se não gosta do que faz, mude de área. Ainda é nova e vai a tempo. Não faça como eu. Nunca pensei trabalhar neste ramo mas comecei a ganhar uns trocos e fui ficando. Depois comecei a ficar velho e já era tarde para mudar. Hoje sou dono disto, sei muito disto mas continuo sem gostar do que faço”.

Quantas pessoas não vivem na mesma situação? Acomodam-se a um lugar, a um trabalho, a uma relação e ali ficam, mesmo não estando realizadas. O que vivem passa a ser normal e a anormalidade é tentar algo diferente. E assim passam uma vida inteira com medo do que possa acontecer se as coisas não correrem bem de outra forma ou até dos comentários alheios.

Eu Sou a dona da minha vida. Eu Sou feliz. Eu mereço a felicidade total. Eu vivo para ser feliz e estar sempre bem.

Como uma vez um amigo de liceu me disse: “Tu mereces o melhor porque és a melhor”. J


Nota: quando digo “eu”, não me refiro a mim Tânia mas ao eu presente em cada indivíduo.

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