segunda-feira, 25 de junho de 2012

CAMINHAR SÓ OU ACOMPANHADO?


Há uns dias atrás, dei por mim a questionar-me porque é que os monges, os padres, as freiras e elementos de diversos grupos espirituais, praticam o celibato. Perguntava-me se não seria uma anormalidade alguém querer trilhar sozinho o seu caminho espiritual. Se há homens e mulheres é porque Deus assim o quis. E é através da união de ambos os sexos que se pode evoluir. Caso contrário, só existiriam homens ou apenas haveria mulheres no mundo. Não me debrucei muito no assunto, para que não fosse o intelecto a querer formular uma teoria. Não pensei mais na questão e continuei a minha vida, sabendo, à partida, que a resposta viria na altura oportuna. Deus dá sempre respostas a todas as perguntas sinceras.

Curiosamente, nesse dia, sem qualquer esforço, depois da meditação, intuí a resposta à pergunta formulada horas antes. Alguém que esteja sozinho tem muito mais tempo para si, para ler, para se interiorizar, tem menos compromissos e menos preocupações. Precisando de nos recolhermos em nós mesmos, para O sentirmos, O vivermos, O compreendermos, de facto, alguém solitário tem muitos pontos a seu favor. Em contrapartida, alguém que tenha uma relação tem muito menos tempo para si próprio, mais compromissos e mais preocupações. Contudo, também O podemos sentir, vivê-Lo e compreendê-Lo através do dia a dia partilhado com um homem ou uma mulher. Uma relação passa a ser vantajosa para ambas as partes, quando os dois aproveitam uma vida em conjunto para se aperfeiçoarem. Viver com outra pessoa não é o mesmo que viver sozinho. Ninguém consegue estar com uma máscara, ininterruptamente. O/a parceiro/a vai ser o nosso melhor reflexo. Os pontos a trabalhar, vêm ao de cima, naturalmente, com as pequenas ações do quotidiano. Se ambos estiverem dispostos a ajudarem-se, os dois vão caminhando lado a lado, crescendo com cada passo dado. Cada um caminha por si porque o caminho é pessoal. Ninguém caminha pelo outro, levando-o ao colo ou de arrasto. Mas se um cair, o outro está ali prestes a ajudá-lo a erguer-se. E Deus manifesta-se neste amor entre seres de sexos diferentes.

Portanto, cheguei à conclusão que caminhar só ou acompanhado é indiferente. O importante é caminhar e respeitar sempre o caminho que cada um quer trilhar.

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