Há uns dias atrás, dei por mim a
questionar-me porque é que os monges, os padres, as freiras e elementos de
diversos grupos espirituais, praticam o celibato. Perguntava-me se não seria
uma anormalidade alguém querer trilhar sozinho o seu caminho espiritual. Se há
homens e mulheres é porque Deus assim o quis. E é através da união de ambos os
sexos que se pode evoluir. Caso contrário, só existiriam homens ou apenas
haveria mulheres no mundo. Não me debrucei muito no assunto, para que não fosse
o intelecto a querer formular uma teoria. Não pensei mais na questão e
continuei a minha vida, sabendo, à partida, que a resposta viria na altura
oportuna. Deus dá sempre respostas a todas as perguntas sinceras.
Curiosamente, nesse dia, sem
qualquer esforço, depois da meditação, intuí a resposta à pergunta formulada
horas antes. Alguém que esteja sozinho tem muito mais tempo para si, para ler,
para se interiorizar, tem menos compromissos e menos preocupações. Precisando de
nos recolhermos em nós mesmos, para O sentirmos, O vivermos, O compreendermos,
de facto, alguém solitário tem muitos pontos a seu favor. Em contrapartida,
alguém que tenha uma relação tem muito menos tempo para si próprio, mais
compromissos e mais preocupações. Contudo, também O podemos sentir, vivê-Lo e
compreendê-Lo através do dia a dia partilhado com um homem ou uma mulher. Uma relação
passa a ser vantajosa para ambas as partes, quando os dois aproveitam uma vida
em conjunto para se aperfeiçoarem. Viver com outra pessoa não é o mesmo que
viver sozinho. Ninguém consegue estar com uma máscara, ininterruptamente. O/a
parceiro/a vai ser o nosso melhor reflexo. Os pontos a trabalhar, vêm ao de
cima, naturalmente, com as pequenas ações do quotidiano. Se ambos estiverem dispostos
a ajudarem-se, os dois vão caminhando lado a lado, crescendo com cada passo
dado. Cada um caminha por si porque o caminho é pessoal. Ninguém caminha pelo
outro, levando-o ao colo ou de arrasto. Mas se um cair, o outro está ali
prestes a ajudá-lo a erguer-se. E Deus manifesta-se neste amor entre seres de
sexos diferentes.
Portanto, cheguei à conclusão que
caminhar só ou acompanhado é indiferente. O importante é caminhar e respeitar
sempre o caminho que cada um quer trilhar.
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