“Nem os teus piores
inimigos conseguirão fazer-te tanto mal quanto os teus próprios pensamentos”.
(Buda)
Num dos seus discursos, o Mestre
Omraam Mikhaël Aïvanhov disse que algumas
pessoas se dirigiam a ele, queixando-se que as suas vidas eram uma desgraça
porque eram vítimas de mau olhado e de inveja. Com as suas sábias palavras, o
Mestre confrontava-as dizendo-lhes que elas tinham a vida que elas próprias
tinham criado.
De facto, um dos trabalhos mais
árduos que temos de fazer em nós é conhecermo-nos minuciosamente, conhecendo em
detalhe cada um dos nossos “defeitos” que revestem o nosso lado lunar. É um
trabalho árduo porque requer mexer naquilo que não ousamos admitir a ninguém e
que na maior parte das vezes nem nos apercebemos deles por tão comuns que são.
Os Mestres Ascensos dão muita
ênfase à compreensão do poder da crítica, que é algo que já está tão enraizado
na nossa cultura que nem nos apercebemos o quanto é nefasta. Crescemos a ouvir
toda a gente a queixar-se disto e daquilo, a dizer menos bem de pessoas que
connosco convivem diariamente, a falarem na vida dos demais por ser algo
corriqueiro que, sem nos apercebermos, também o fazemos levianamente. Os
Mestres são unânimes ao dizer que qualquer turbulência que causemos no campo
emocional de outra pessoa é culpa nossa, traz-nos karma e por ele temos de
pagar.
O sucesso, a beleza, o caráter, o
nível de evolução de outrem podem afetar-nos interiormente, afogando-nos
silenciosamente na inveja e no ciúme, sem que o admitemos. Também eles são
inimigos internos com os quais devemos lidar, compreendendo-os e deixando-os
partir para ficarmos em paz.
Frustrações, desilusões e
limitações são outros parasitas que vão comendo a harmonia desejada. Com
quantos mortos-vivos não nos cruzamos na rua, todos os dias? Pessoas que
deixaram de ousar, que se agarraram à sua zona de conforto onde reinam com medo
que o seu mundo possa vir a desabar? Quantos não perderam os sonhos nas eternas
batalhas do dia a dia?
Falsas sensações de pertenças a
grupos, onde impera o sentido de grupo em prol do individual, bloqueiam a
necessidade de seguir caminhos que outros elementos reprovem, levando à
fastidiosa opressão.
De muitos mais inimigos internos
poder-se-ia aqui falar, mas cada um deve conhecer os seus e desenvolver um projeto
de limpeza diária dos mesmos. Não vale alegar que se é assim ou assado porque
se pertence a este ou àquele signo do Zodíaco. Os defeitos dos signos são
trabalhos a que nós próprios nos propusemos a transmutar antes de embarcarmos
nesta vida. Temos uma vida inteira para as deixarmos algures numa qualquer
experiência e seguirmos rumo à Perfeição.
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