A obesidade é, neste momento, o principal problema de saúde pública mundial, considerada pela OMS (Organização Mundial de Saúde) como a grande epidemia do século XXI. Em 2002, a mesma organização apontava que houvesse 250 milhões de obesos em todo o mundo e previa que em 2025 houvesse mais 50 milhões. Por sua vez, a revista britânica The Lancet, desenvolveu um estudo indicando que esse número é, em 2011, de 500 milhões de pessoas obesas. Em Portugal, estudos revelam que 53% dos portugueses são gordos ou obesos, isto é, que têm um índice de massa corporal superior a 25. É urgente refletir neste fenómeno social.
Posso falar por experiência própria, que durante anos a fio, desenvolvi várias guerras contra o peso. Não era gorda e muito menos obesa mas era cheiinha e não gostava disso. A minha adolescência foi passada a experimentar várias dietas, a experimentar chás, comprimidos, e outras tantas porcarias, a consultar-me com nutricionistas e o resultado era sempre o mesmo: depois de perder alguns quilos, estes voltavam e, por vezes, eram mais os que ganhava do que os que perdia. E no entanto, pensava eu que sabia muito sobre alimentação. Felizmente, tal mudou de há uns meses a esta parte e tudo porque ganhei consciência do poder dos alimentos.
Entramos num supermercado e, segundo o Dr. Joshua David Stone, 95% dos produtos ali expostos são alimentos mortos, lixo, futilidades. Ora, esqueçamos tudo o que sabemos sobre alimentação. Entre uma maçã e uma barra de cereais, a meio da manhã, o que devemos comer? Obviamente a maçã. Mas porquê? A maçã (hoje não vou entrar em pormenores sobre os tratamentos que os alimentos estão a ter) tem vida, tem consciência crística, ou o que no Oriente se designa por Shakti Potencial, isto é, tem luz solar, é um produto 100% fabricado pela natureza (ou deveria ser). Já as barras de cereais, por poucas calorias que tenham, foram 100% fabricadas pelo Homem. O Homem agarra em meia dúzia de cereais, adultera-os, junta-lhes açúcar (quando não é aspartamo, que é um dos maiores venenos que há à disposição), chocolate ou geleias (cujo teor de fruta é mínimo), corantes, conservantes e voilá, vende o produto como sendo ótimo para quem se preocupa com a linha e quer uma alimentação saudável. Este alimento tem calorias mas não energia, ao contrário do que nos fazem crer. Bem, penso que o melhor seríamos observar a natureza. Alguém já viu moscas a devorarem um pacote de bolachas? A natureza é perfeita, elas sabem o que é melhor. E quando ganhamos consciência do poder dos alimentos na nossa saúde e na nossa vida, então, passamos a encarar tudo de uma outra forma e a sermos mais críticos com aquilo que escolhemos para comer. Assim, vemos que não há necessidade de adquirirmos grande parte do que compramos. Vejamos:
- os cereais de pequeno-almoço são autênticas bombas calóricas, despejados de energia vital; o melhor será substituí-los por flocos de aveia, centeio ou arroz;
- a gelatina é considerado o alimento ideal para quem está de dieta mas é 100% artificial; uma boa alternativa é misturar 1 litro de polpa de qualquer fruta com alga agár-agár, que o resultado é o mesmo;
- os bolos caseiros são preferíveis às bolachas compradas;
- toda a comida pré-confeccionada, além de estar repleta de porcarias artificiais, não permite que o ser humano desenvolva a sua criatividade na cozinha;
- em vez de batatas fritas como aperitivo enquanto se vê televisão (erro que devemos evitar), porque não frutos secos?;
- teremos mesmo necessidade de consumirmos tantos hidratos de carbono como nos querem vender? Num dia, consumimos pão, batatas, massa ou arroz. Precisaremos de tanta energia assim?
- carne e peixe são de evitar mas não devem ser retirados completamente da alimentação;
- a fruta e os legumes devem preferir-se frescos ou, outra alternativa bastante boa, é o consumo de legumes congelados mas sem qualquer aditivo; além do mais, deve-se sempre escolher frutas e produtos hortículas da época e da zona geográfica onde nos inserimos (é muito prejudicial para o ambiente todos os tratamentos que estes levam quando têm de vir do outro lado do mundo);
- foi-nos incutida a ideia de que devemos beber 3 copos de leite por dia; porque é, então, o Homem o único ser na natureza, que em adulto, consome esse alimento?
Isto são apenas algumas reflexões e sugestões a fazer. Claro que, em tudo devemos ter discernimento e fazermos as escolhas que melhor se adequam à situação. Também não devemos ser radicais e devemos adaptar-nos às circunstâncias. Sabemos que devemos evitar a carne mas se formos a casa de alguém que nos dê carne, pois sujeitemo-nos. Abençoemos sempre a comida que é uma dádiva de Deus, assim como todas as pessoas que contribuíram para que ela esteja ali. Não nos esqueçamos que, sendo tudo energia, a comida além da energia que ela própria tem, contém a energia de quem a semeou, quem a colheu, quem a transportou, quem mexeu nela, quem a serviu. Por isso, para todos os efeitos, o melhor a fazer antes de comer seja o que for, é agradecer mentalmente e abençoar amorosamente o que vamos ingerir.
Muitas mais coisas há a falar quanto a esta questão. No entanto, penso que tomar consciência da vida existente em cada alimento é a base das transformações alimentares que temos de fazer para ganharmos Vida.
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