terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

DINHEIRO: UMA DÁDIVA DIVINA - I



Duas a três vezes por ano, recebo uma carta com um desenho, uma foto e notícias de um menino cor de chocolate, de olhar tímido e roupas garridas. O Gomes Avelino é um moçambicano de 8 anos que tenho o prazer de apadrinhar, através do programa de apadrinhamento à distância da associação Helpo. Ao ler a carta do animador social sou levada a uma outra realidade bem diferente da minha: ali, naquela terra de sol, a Helpo tem construído escolas para que os meninos deixem de ter aulas debaixo dos cajueiros e das mangueiras, onde escrevem sobre os joelhos; tem providenciado um lanche composto por um pão e um copo de sumo, uma vez por semana, mas que é o suficiente para motivar os pequenos a ir à escola; tem construído um reservatório de água onde esta escasseia e tem plantado árvores para haver alguma sombra. Sei que o meu pequeno Gomes tem um brinquedo de pau em forma de carro e uma bola de plástico, é brincalhão e divertido e não falta à escola (que orgulho!). Tem quatro irmãos, os pais sustentam a família através do cultivo de machamba e vivem numa casa feita de materiais locais, sem saneamento básico nem eletricidade. Por 13€ mensais dou a oportunidade a esta criança para estudar e aprender.

Para que servirá o dinheiro se não for para ajudar alguém a ser feliz? Quem olhar para o dinheiro, encarando-o como uma dádiva divina, seguramente que fará melhor uso dele. Esta energia abre as portas para que possamos viver dignamente, com o que é realmente necessário, dando-nos acesso a experiências que de outra forma seria mais difícil acedermos. O dinheiro é realmente uma bênção!

Dinheiro fácil e de gasto fácil produz karma, pois há um desequilíbrio energético. Tal como a água que vem, rega a planta e segue o seu caminho, assim deveria ser usado o dinheiro: vem, dá-nos o que é realmente necessário e segue o seu percurso energético. Em todas as fases, ele deveria ser abençoado. Sem apego, não há dor nem sofrimento. Há que fazer com que ele continue o seu percurso, crendo antemão que ele retornará a nós em tanta quantidade quanto as enormes dádivas por nós produzidas através dele. E que melhor investimento há do que proporcionar uma vida melhor a um ser, que tal como nós, só quer ter a oportunidade de ser ainda mais feliz?

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