Duas a três vezes por ano, recebo
uma carta com um desenho, uma foto e notícias de um menino cor de chocolate, de
olhar tímido e roupas garridas. O Gomes Avelino é um moçambicano de 8 anos que
tenho o prazer de apadrinhar, através do programa de apadrinhamento à distância
da associação Helpo. Ao ler a carta do animador social sou levada a uma outra
realidade bem diferente da minha: ali, naquela terra de sol, a Helpo tem construído
escolas para que os meninos deixem de ter aulas debaixo dos cajueiros e das
mangueiras, onde escrevem sobre os joelhos; tem providenciado um lanche
composto por um pão e um copo de sumo, uma vez por semana, mas que é o
suficiente para motivar os pequenos a ir à escola; tem construído um reservatório
de água onde esta escasseia e tem plantado árvores para haver alguma sombra. Sei
que o meu pequeno Gomes tem um brinquedo de pau em forma de carro e uma bola de
plástico, é brincalhão e divertido e não falta à escola (que orgulho!). Tem
quatro irmãos, os pais sustentam a família através do cultivo de machamba e
vivem numa casa feita de materiais locais, sem saneamento básico nem eletricidade.
Por 13€ mensais dou a oportunidade a esta criança para estudar e aprender.
Para que servirá o dinheiro se
não for para ajudar alguém a ser feliz? Quem olhar para o dinheiro, encarando-o
como uma dádiva divina, seguramente que fará melhor uso dele. Esta energia abre
as portas para que possamos viver dignamente, com o que é realmente necessário,
dando-nos acesso a experiências que de outra forma seria mais difícil acedermos.
O dinheiro é realmente uma bênção!
Dinheiro fácil e de gasto fácil
produz karma, pois há um desequilíbrio energético. Tal como a água que vem,
rega a planta e segue o seu caminho, assim deveria ser usado o dinheiro: vem,
dá-nos o que é realmente necessário e segue o seu percurso energético. Em todas
as fases, ele deveria ser abençoado. Sem apego, não há dor nem sofrimento. Há que
fazer com que ele continue o seu percurso, crendo antemão que ele retornará a
nós em tanta quantidade quanto as enormes dádivas por nós produzidas através
dele. E que melhor investimento há do que proporcionar uma vida melhor a um
ser, que tal como nós, só quer ter a oportunidade de ser ainda mais feliz?
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